sexta-feira, 19 de junho de 2009

Memórias de um estágio

Hoje de manhã eu estava organizando uns documentos do meu estágio, e fiz uma retrospectiva dos meses em que acompanhei os alunos.
Estagiar me fez ficar revoltada, inconformada e feliz.
Feliz porque tem alunos muito bacaninhas e ouvir "-Professoooora! Me ajuda aqui!" e poder ajudar, é muito legal. Ouvir no final da aula: "-Nossa! Como a aula passou rápido. Nem deu pra perceber, né professora?", é impagável.
Inconformada com alunos de 17 anos semi analfabetos e que passam de ano por causa dessa porcaria de progressão continuada.
Revoltada com os alunos que não se interessam, não respeitam o professor e ainda reclamam da instituição, e, revoltada também com professores que dizem pro aluno, por exemplo, "Não tenho paciência com criança!" Muda de profissão, então. O que uma pessoa dessas faz em uma sala de aula?
Inconformismos a parte, eu ri muito durante os últimos meses. Vi que algumas coisas nunca mudam, como por exemplo, quando os alunos fazem algo errado e inventam uma história totalmente criativa e sem nexo para provar que estão certos. Um exemplo disso foi o de um aluno que escreveu TelefUnica e teimou que o nome da cia telefônica também poderia ser escrito assim. E falava com indignação "Mas professora, a senhora nunca viu escrito Telefunica no orelhão?". Na semana seguinte ele resolveu admitir que era com O. Disse que a letra O fora escrita "meio aberta", então parecia um U. Detalhe: o trabalho foi entregue digitado.
Estagiar me fez pensar que estou ficando velha, me fez pensar na falta de educação dos jovens, me fez pensar que, apesar dos picaretas, ainda existem professores mavilhosos, e que talvez, um dia, quem sabe, eu queira ser professora. Mas que nem a minha supervisora no colégio. :p

Boa sexta.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

DIY - brincando de costureira

Esta semana eu esqueci minha necessaire na casa do meu namorado. Como ele mora longe, praticamente em outro estado [:P], eu vou ficar sem minhas coisinhas até segunda ordem. Mas o que é uma bolsa feminina sem uma necessaire senão um monte de tecido desalmado? Então lá fui eu brincar de costureira. Confesso que as fotos ficaram mais legais que o produto final. Tava mais bonito quando era apenas um monte de tecido e meia dúzia de alfinete.

Pelo menos cabe bastante coisa (até uma outra necessaire que eu acabei comprando).

=)

DIY Sew make up bag

terça-feira, 2 de junho de 2009

A missa do meio dia (ou da igreja que não mudou nada)

E eu fui na igreja. Estava triste, preocupada, com tempo sobrando e necessidade de ir a um lugar calmo. Nada melhor que uma igreja.
Entrei, peguei um formulário sobre as paróquias de São Paulo, e, escolhi para sentar o lugar mais legal de todos, iluminado pela luz colorida que passava pelos vitrais. Era uma imagem bem celestial, um raio de luz que incidia sobre um único lugar da igreja. A poeira suspensa no ar nublava a visão e aumentava o ar etéreo...
Pois bem, eu sentei no lugar mais especial da igreja e preenchi o formulário, nisso apareceu uma mocinha, perguntou se eu ficaria pra missa, e, com a resposta afirmativa, me deu um jornalzinho com as orações do dia (deve ter um nome pra isso, mas eu não faço a menor idéia).
Comecei a reparar nos detalhes: os belos e antigos lustres (que eu adoro), as paredes bem altas, os coloridos vitrais, as imensas colunas, os desenhos gigantes... tudo pra fazer a gente se sentir pequenininho.
Desde o início da Igreja Católica as igrejas são construídas de forma a fazerem as pessoas se sentirem deslumbradas e inferiores. Tudo é muito belo, com muito ouro e detalhes, dando a impressão que assim é o mundo de Deus, o qual devemos almejar. Mas também, tudo é muito grande e há muitas imagens, para dar a impressão de que somos ínfimos e estamos sendo vigiados. "Ei coisa pequena aí em baixo! Nós superiores do mundo dourado estamos vigiando você. Não peque, pois não há como se esconder."
Fiquei reparando em cada detalhe, em cada imagem de gesso, em cada estrela de espelho, em cada pincelada de ouro. Nem me lembro o que o padre falou, só me lembro da acústica. O padre falava baixinho e o som reverberava como uma voz onipresente, a verdadeira voz de Deus. Depois, um moço sorridente tocou violão enquanto uma moça de meia idade com cara de poucos amigos cantava a música do jornalzinho (que eu ainda descubro o nome). Sete cordas e uma voz que parecia um canto gregoriano de cem pessoas. Era muito belo, de fato.
Cada pedacinho da igreja ajuda a compor uma aura celestial, bela e intimidante. Ir àquela igreja foi ver concretamente a imagem que se formou na minha mente durante as aulas de História e Literatura.
O que eu tiro disso? Que assim como eu respondi no questionário, a Igreja não se modernizou.
Se eu gostei da missa? Mais ou menos. Me revoltei quando uma moça passou com um saquinho para recolher dinheiro e fez cara feia quando eu disse que não tinha. Não gostei também da história de ter que ficar levantando as mão e fazendo movimentos carismáticos. Definitivamente não é pra mim.
Se eu volto lá? Claro. Adoro o badalar dos sinos e os lustres são realmente muito bonitos.