quinta-feira, 19 de maio de 2011

Rancor balzaquiano

Ultimamente tenho lido muitos blogs de garotas balzaquianas ou que estão quase lá (assim como eu). Leio porque a maioria dos textos é divertida e é reconfortante saber que não sou a única com algumas crises que às vezes eu acho que é até neurose. Eu tenho 27 (mas todo mundo fala que eu aparento ter 21 ou 22 no máximo) e nessa idade surgem algumas encanações, acho que estou velha de mais pra algumas coisas, mas nova ainda pra outras. 
Nessa idade eu já não tinha que ter tudo definido? Não estou meio velha pra mudar de profissão de novo? Algumas meninas que estudaram comigo no colégio estão casadas e/ou com filhos, mas eu me acho tão nova pra isso ainda... Adoro coisas rosas (vide celulares, mp3, roupas, bolsas, etc), mas não estou meio velha pra isso? Normalmente passo meus finais de semana à base de café, conversas com minha Amiga e experiências culinárias. Mil vezes abrir um livro de receitas que ir pra balada barulhenta cheia de gente inconveniente falando coisas inúteis, mas eu não estou nova pra isso? Esta é apenas uma amostra das encanações pré-balzaquianas. 
Uma coisa que eu reparei e que não quero pra mim de jeito nenhum em nenhuma época da minha vida, ainda mais agora, tão nova, é o rancor. Parece que este sentimento impera entre as garotas solteiras (ah sim, eu sou solteira). Em praticamente todos os textos que eu li por aí, quando se tratava de homem, a mulherada expressava um rancor absurdo. Falam mal até a última geração e normalmente saem como santas, mas o leitor mais atento vai perceber que há um pouco de exagero no que foi escrito. Ok, tem muito homem cafajeste por aí e não importa o quão boa sejamos, eles continuam a na valer o chão que pisam. No entanto, acho que muitas vezes nos decepcionamos com nós mesmas, há uma frustração pelas nossas expectativas não terem se concretizado. Outra coisa que acontece é que a mulherada está desesperada pra arranjar alguém e acaba querendo transformar qualquer sapo em príncipe. Sou tão desencanada quanto à ficar solteira, que acho que por isso não me decepciono tanto. Lógico, também tive minhas desilusões e não sou guru do amor (afinal de contas to solteira, né). Que atire a primeira pedra a mulher que nunca se iludiu, que nunca ficou cega de amor ou nunca ouviu uma desculpa esfarrapada. Mas sabe, acho que com o tempo a gente começa a reconhecer e aceitar os próprios erros, a ver o lado bom das experiências e, principalmente, selecionar melhor o destinatário das SMS de bom dia.
Enfim, o que eu queria dizer mesmo? Ah, é que eu não quero ser uma balzaquiana rancorosa. Como dito no post anterior, rancor dá rugas e não foi nutrindo rancor por gente do passado com quem eu nem tenho mais contato que eu consegui chegar aos 27 com cara de 21.

Beijitos

domingo, 15 de maio de 2011

Saudações à mal amada (ou, Rancor dá rugas)

Hoje descobri algo muito triste. Triste não por mim, mas por outra pessoa. Me dá pena gente assim...

A história é bagunçada, mas lá vai: um Ex meu pediu autorização de amizade no Face pra uma Amiga minha, afinal de contas ela estava saindo com o Irmão dele. Minha Amiga aceitou e logo em seguida a ex do meu Ex (aqui chamada de Mal Amada, ou, simplesmente MA), que nem está na lista de amigos dele, mas fica de butuca, enviou uma mensagem muito da mal criada pra minha Amiga, xingando-a de tudo quanto é nome só porque adicionou o Ex dela. Quando minha Amiga me contou achei um absurdo, mas nada surpreendente, pois eu lembrava da MA como sendo um monstrinho mesmo, ninguém gostava dela, os mais chegados do EX fingiam que a aturavam. Enfim, cada um age de acordo com a educação que recebeu. Acontece que hoje a Amiga me falou que na mensagem da MA ela disse “só podia ser amiga da Cris”, eu comecei a rir e não pude evitar escrever sobre isso.

Detalhes não ditos antes: eu NUNCA conversei com a MA, nós só trocamos “Oi” quando nos encontramos em reuniões de amigos. Isso aconteceu 3 ou 4 vezes. Eu não sei o que o Ex falou pra ela, mas desde a primeira vez que ela me viu, torceu o nariz.

O tempo passou, eu perdi contato com o povo, sumi por uns anos e hoje descubro que alguém de quem eu nem lembrava da existência e o qual não sabe nada a meu respeito, nutre um rancor de mim. Estou na cabeça e no coração da MA, algo como um amor platônico. Ela largou o Ex, mas não esqueceu de mim, não é tocante?

Gente, me explica, porque eu nunca entendi esse povo que perde tempo com o que não gosta. Lembram do Orkut? Tinha um monte de comunidade do tipo “Eu detesto refrigerante”, “Não suporto o cantor X” e eu não me conformava com a quantidade de pessoas que ficava falando do que não gosta. Se eu não curto alguma coisa, porque eu vou perder meu tempo falando e pensando nisso??? Eu vou é usar meu tempo com o que eu gosto.

Gente, rancor não leva a nada, só dá rugas, o que é comprovado no rosto da MA, que é novinha mas tem cara de velha.

Eu não tenho inimigos e eu não odeio ninguém (eu posso chegar a te odiar, mas não pra todo sempre), porque acredito que negatividade gera negatividade e eu só quero coisas boas na minha vida.

MA, se você quiser parar de besteira (afinal, você não tem mais 12 anos) e se me encontrar na rua qualquer dia, sinceramente, pode me cumprimentar como se nada tivesse acontecido e me chamar pra um café. Eu não ligo e não nutro pensamentos negativos relacionados a você. Vivemos no mesmo mundo, e parodiando O Teatro Mágico, “por que é que não se junta tudo numa coisa só?”