segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Sobre livros e pés ou Pé de pato

Na última sexta-feira, após o expediente, saí para comprar um livro de presente para meu pai (De Cuba, com carinho; da blogueira Yoani Sánchez - é desesperador ler sobre a vida dos cubanos).
Estava perto da estante de lançamentos quando fui abordada por um homem, completamente freaky. Uma cara e uma gesticulação de lunático que só vendo pra crer. Ele me perguntou se eu já iria embora ou se ficaria na loja por mais tempo. Achei muito esquisito e perguntei porque. Ele disse que fotografava e era apaixonado por pés, e queria me pedir para fotografar os meus. Balancei a cabeça negativamente e disse Obrigada. Virei as costas e saí andando. Ele perguntou se eu era tímida e como viu que não dei bola, agradeceu também e saiu, meio sem graça.
Fiquei ainda um bom tempo passeando pela loja quando me deparei com o mesmo sujeito novamente. Desci as escadas e fui logo pro caixa. Era hora de ir embora.
Olhei para o lado da avenida no qual teria que seguir e estava tudo parado. Acho até que alguns carros estavam desligados. Resolvi ir a pé até onde faria a conexão com outro ônibus. Uma garoa fininha começou a cair. O ar estava incrivelmente quente e as gotinhas frias me agradaram. Olhei pra cima, sorri e fui andando calmamente, feliz da vida. As pessoas andavam apressadas, abriam seus guarda-chuvas e maldiziam minhas amigas gotinhas. De repente... CABUM!!! Vieram todas de uma vez. Não tive outra escolha, senão me abrigar para pegar meu guarda-chuva amarelo.
Pensei em ficar lá mais um tempo, mas já estava ficando tarde e pensei no trânsito que teria que enfrentar. E se alagasse algum ponto da cidade? Não dá mais pra brincar com chuva em São Paulo. Mudei meu destino para o ponto mais próximo e fui. O grande problema era o meu sapato. Estava usando uma sapatilha de plástico, na qual a água que entrava não tinha como sair, transformando meus calçados em pequenas piscinas brancas. Meu pé ficava flutuando e a cada passo minha sapatilha quase saía do pé.
Estava perto do meu destino, faltava cerca de 200m. Fui atravessar a rua e senti algo estranho. Olhei pra baixo e estava descalça. Olhei pra trás e vi minha sapatilha no meio da faixa de pedestres, reluzindo com a luz dos faróis. Daria uma bela foto, confesso. Minha sorte é que eu sempre espero o bonequinho verde para poder atravessar, então deu tempo de voltar e pegá-la. Eu acho que foi praga do lunático que queria fotografar meu pé. De qualquer forma, não tive dúvidas. Passei a tarde de Sábado comprando sapatos de tecido.

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