sexta-feira, 10 de junho de 2011

I should be studying – lost dreams (Parte I)

Banksy 
                                                         Banksy

Neste exato momento, eu deveria estar estudando. No próximo domingo, as oito da matina, vou fazer uma prova de um concurso. Que bacana, né? Tudo o que eu queria: madrugar num domingo gelado (a moça do tempo falou algo em torno de 10ºC) pra fazer prova. Estou animada? Nem um pouco. Eu quero passar nesse concurso? Sinceramente, não sei. Eu gosto do cargo? Mais ou menos. Por que eu estou fazendo isso então? Porque por hora, é o que tem. Porque eu tive que, de uma hora pra outra, mudar todo o planejamento. Porque eu tive que esvaziar as malas, guardar os mapas e empacotar os sonhos. Porque eu tive que retraçar a rota sem saber pra onde ir...
Alguns dizem que não devemos mudar nossa vida por conta de outras pessoas, mas quem vive no mundo real sabe que nem sempre é tão simples assim. Eu tenho me privado de muitas coisas há um bom tempo, mas eu sempre tentava dar um jeito e acreditava que seria possível conciliar tudo. Ledo engano, eu vi que ou vou pela esquerda ou pela direita, ou eu cuidava de mim ou dos outros.
Você teria coragem de abandonar alguém que depende de você? Eu não tive...  Me conformei em levar uma vida pacata abrindo mão de praticamente tudo que me interessa para que algumas pessoas fiquem bem. Pelo bem estar de terceiros eu abri mão de viagens, relacionamentos, empregos, amigos, diversão, estudos, e, sanidade. Até que não me incomodava. Lógico, às vezes eu queria mais, mas me contentava com meus sonhos. Não me arrependo das minhas escolhas, mas começo a me questionar até que ponto é válido. Eu pensei ter feito a escolha certa e era feliz por isso, só essa certeza já me bastava. Uma coisa é não ter reconhecimento, outra totalmente diferente é ser destratado. A falta de reconhecimento magoa, mas o destrato machuca.
Neste exato momento me sinto vazia. Não tenho mais sonhos, não tenho esperança, não tenho mais fé, não acredito em mais nada. Antes eu imaginava coisas bacanas pra fazer, agora eu sou como um pedaço de papel em branco em uma mesa bagunçada qualquer. A diferença é que eu me questiono agora se teria coragem de fazer o que não fiz antes.

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